sexta-feira, 26 de maio de 2023

Opinião: A Inteligência Artificial é uma aliada dos trabalhadores?

  


O termo Inteligência Artificial – IA apareceu pela primeira vez em conferência de pesquisadores na área de tecnologia, nos anos 70. De lá para cá ele já foi esquecido, esquentado e agora requentou de vez.

Muito se fala que a “nova” IA poderá mexer, ou tirar vagas de emprego do mercado de trabalho e que o trabalhador que não se adaptar à nova forma de industrialização e de fazer seu serviço estará fora das empresas de uma forma geral.

Para o pesquisador e jornalista inglês, Josh Gabert-Doyon, “o que está faltando nessa nova apreciação pela experiência do trabalhador é qualquer menção ao genuíno poder do trabalhador. Os trabalhadores não devem pegar as peças de automação depois que elas acontecerem – elas devem fazer parte do projeto”, ou seja, nada deve acontecer na fábrica, ou empresa, de forma que o trabalhador não tenha total domínio do processo. Isso, necessariamente não significa o fim dos empregos, mas o avanço deles.

“O envolvimento de um pequeno número de organizações sindicais internacionais nas conferências (de tecnologia) espalhadas pelo mundo, pode ser um bom começo na discussão, mas muitas vezes esses grupos são apresentados como ‘stakeholders’, em vez de veículos através dos quais os trabalhadores podem receber uma agência política genuína para decidir como as novas tecnologias são implantado no local de trabalho”, define Josh.

Por conta disso, o movimento sindical como um todo, luta pela valorização do trabalhador, não só na questão do salário e direitos, mas também na formação e melhores condições de trabalho e emprego.

O certo é que a IA veio para ficar e ela passará, e muito, de ser apenas um simpático robô garçom de novela, ou um braço mecânico que monta um objeto sozinho na esteira da indústria. Cabe a nós, sindicato e trabalhadores, encontrarmos uma forma de adaptação a ela, seja num restaurante, ou no chão de fábrica, e pressionarmos os patrões a sempre nos colocarem frente a frente com a tecnologia, como seres que querem e vão evoluir no emprego.

Isabel Rodrigues, jornalista